sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Maria foi a Rainha dos Mártires - Santo Afonso Maria de Ligório



Quem poderia ouvir sem comoção a história mais triste que jamais houve no mundo? Uma nobre e Santa Senhora tinha um único Filho, o mais amável que se possa imaginar. Era inocente, virtuoso e belo. Ternamente retribuía o amor de Sua Mãe. Nunca Lhe havia dado o mínimo desgosto, mas sempre Lhe havia testemunhado todo respeito, toda obediência, todo afeto. Nele, por isso, a Mãe tinha posto todo o Seu amor, aqui na terra. Ora, que aconteceu? Pelo inveja de Seus inimigos, foi esse Filho acusado injustamente. O juiz reconheceu, é verdade, a inocência do acusado e proclamou-a publicamente. Mas, para não desgostar os acusadores, condenou-O a uma morte infame, como lhe haviam pedido. E a pobre Mãe, para Sua maior pena, teve de ver como Aquele tão amante e amado Filho Lhe era barbaramente arrancado, na flor dos anos. Fizeram-nO morrer diante de Seus olhos maternos, à força de torturas e esvaído em sangue num patíbulo infamante. Que dizeis, piedoso leitor? Não vos excita à compaixão a história dessa aflita Mãe?

Já sabeis de quem estou falando? Esse filho, tão cruelmente suplicado, foi Jesus, nosso amoroso Redentor. E essa Mãe foi a bem-aventurada Virgem Maria, que por nosso amor Se resignou a vê-lO sacrificado à justiça Divina pela crueldade dos homens. Portanto é digna de nossa piedade e gratidão essa dor imensa que Maria sofre por nosso amor. Mais Lhe custou sofrê-la, do que suportar mil mortes. E se não podemos corresponder dignamente a tanto amor, demoremo-nos hoje, ao menos por algum tempo, na consideração de Sas acerbíssimas dores. Digo, por isso: Maria é Rainha dos mártires, porque as dores de Seu martírio excederam às dos mártires 1.º em duração; 2.º em intensidade.


Glórias de Maria, de Santo Afonso Maria de Ligório

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